sexta-feira, janeiro 14, 2005

The Cannon Foot


Tema abordado de forma recorrente no nosso singelo blog é o do jogador uni-dimensional.

Desde ao clássico "é tosco, mas é bom cabeceador", passando pelo típico trinco raçudo (Olá, Paulinho) até ao polivalente (Então Paulinho, 'tá tudo?), o jogador da bola amiúde chega a um clube já com o destino traçado, qual actor negro num filme de terror de adolescentes.

A versão mais recorrente, e quiçá aquela que pessoalmente prefiro, é a do Pé-Canhão.
Todo o santo clube tem que ter tido, em determinada altura, um jogador deste género, que passa 89 minutos a pastar, e num minuto de rara inspiração Barrosense decide um jogo.
Pois bem, como pelos vistos na bola lusa foi complicado descobrir um jogador de tal ordem (sem desprimor para o pé-canhão do Padroense - um abraço), o nosso Dinda foi convidado a ingressar no rol de clássicos que compõem o Olimpo de Cromos da Bola Lusa.

Tornou-se de imediato o terror dos Wozniaks, dos Luíses Vascos ou Botendes. Através de disparos potentes e mal colocados disfarçou a sua inutilidade em campo durante onze anos na nossa bola. Onze bonitos anos que dividiu entre Paços, Académica, Leiria e Marítimo, sempre no registo de quem imita Luís de Matos ou Houdini durante 89 minutos para do nada aparecer aos 90 a imitar São Isaías e ser o herói da noite.

Com a sua recente debandada para a sua terra natal, a bola lusa ficou mais pobre.
Aproveito só este momento de despedidas solenes para enviar um bem-haja do tamanho da careca de Caccioli para o Argélico Fucks.

Tantas alegrias deste a todos nós que apreciamos as peripécias dos menos dotados em campo. Para sempre no coração do nosso blog. Esperemos que ambos voltem rapidamente.

Bem hajam, Dinda e Argélico. Uma porta estará sempre aberta para vós

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